sábado, 26 de julho de 2008

O Sangue e a Sangria

HISTÓRIA E MODISMO NA MEDICINA

“Na História da Medicina encontramos modismos que atravessaram milênios, ao lado de outros de breve duração; modismos limitados a um povo ou a determinada área geográfica e outros que tiveram aceitação universal. Alguns modismos intermitentes que surgiram, desapareceram e renasceram sob nova aparência. O primeiro deles foi a sangria. Todos os povos, de todas as latitudes, e em todas as civilizações, utilizaram-se da sangria no tratamento das doenças. Inicialmente como um ritual impregnado de conteúdo místico e posteriormente sob o fundamento de doutrinas que justificavam tal prática. Galeno deu grande importância à sangria. Indicava sangria como tratamento das inflamações, da febre da dor. Tinha o bom senso, todavia, de contra-indicar o seu uso nas crianças e nos velhos. A sangria foi a primeira prática médica com apoio universitário”. A informação é do doutor Joffre M. de Rezende, médico gastroenterologista, Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e Membro da Sociedade Brasileira e da Sociedade Internacional de História da Medicina.

Desde a organização da Medicina galênica, em 200 depois de Cristo, até o século XIX, predominou a teoria dos humores para explicar todos os fenômenos biológicos, e a sangria se destinava a eliminar as impurezas contidas no sangue, causadores do estado mórbido. Por meio dela retirava-se o humor "vicioso" e outros tipos de humores que se acreditavam serem os responsáveis pelas doenças. Quanto mais grave a doença maior era o número de sangrias e maior a quantidade de sangue retirado. No Brasil, a sangria era utilizada pelos padres jesuítas, que chegavam a praticá-la como medida preventiva em casos de epidemias. Usou-se e abusou-se da sangria.

Outra variante da sangria consistia na aplicação de sanguessugas. As sanguessugas são vermes que vivem em águas estagnadas, em represas e lagos, e que se alimentam de sangue de animais que penetram nessas águas. São dotadas de uma ventosa na extremidade proximal e cada exemplar pode sugar entre 10 a 15 ml de sangue. Foram muito utilizadas em substituição à sangria. A sangria deixou de ser prática médica nos Estados Unidos quando os médicos mataram o presidente norte-americano, George Washington, em 14 de dezembro de 1799. O Presidente se queixava de inflamação da garganta e febre. Ele mandou chamar seus médicos que praticaram a sangria, (na época era considerada como tratamento de ponta da Medicina). Após ser extraídos de suas veias 2,5 litros de sangue, criaram bolhas na garganta e nos pés de George Washington, que morreu em 24 horas.

Hoje, os modismos da Medicina moderna são as cirurgias e a ministração de drogas que, segundo o médico inglês, Vernon Coleman, são a terceira causa de mortes no mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

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